domingo, 28 de agosto de 2011

PERDÃO: CURA DE TODOS OS MALES



Perdão vem da palavra latina "perdorare" que significa "dar plenamente", em outras palavras: amor. Perdoar é dar ao outro, sentido para que ele reconheça em si, a origem do mal, da ofensa, do perjúrio, etc. Somos nós mesmos que nos ofendemos quando nos deixamos levar pela maldade do nosso próximo. Ao manter-nos distantes, não tem como sermos atingidos por elas e ainda assim poderemos ajudar ao ofensor a elevar-se e atingir um grau superior de perfeição. Em sua origem grega, perdão quer dizer cancelar ou redimir, o que dá no mesmo. No hebraico temos três definições de perdão. A primeira é Saláh por onde o Eterno perdoa a cada um de nós. A segunda é Nasá, onde tanto o Eterno como os seres humanos devem perdoar. A terceira é Kappar ou Kipper, que é expiação, reconciliação e purificação.
Quando uma pessoa guarda uma mágoa, ela carrega consigo um volume de energia negativo e perigoso que pode trazer alterações em suas células, fora em seu corpo neuro-psíquico, que pode afetar todo o seu organismo em geral.
Mas como perdoar, já que não é tão fácil?
Comece primeiramente a perdoando a si mesmo. Perdoe a você mesmo, por todas as faltas que tem feito contra si mesmo. E não são poucas.
Analise profundamente a sua vida, dia a dia e verá como são tantas as agressões que cometemos a nós mesmos.
As vestes do verdadeiro sacerdote são seus pensamentos, palavras e obras. Cuidando delas com muito zelo, obteremos nosso perdão.
Depois comece a perdoar as pequeninas faltas que os outros nos fazem a cada dia. As bem miudinhas mesmo.
Com o tempo, após muito treinamento alcançaremos a graça e o dom do PERDÃO.

domingo, 31 de julho de 2011

A CHAVE QUE ABRIA TODAS AS PORTAS

Esta parábola não é minha e seu autor pode ter-se escondido atrás das cortinas de um templo rosacruz. Inspirei-me num respeitavel mestre rosacruz da AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis). Talvez tenha sido um rosacruz antigo (Salutem Punctis Triangulum / Alta Pacem), mas vamos conhecê-la ou reconhecê-la, através de minha inspiração.
Existia um homem muito curioso cujo maior anseio era abrir qualquer porta, cadeado ou cofre que encontrasse pela frente. Em suas primeiras tentativas confeccionou uma chave mixa, depois de sorrateiramente acompanhar um chaveiro despercebido, em seu trabalho diário.
Conseguiu primeiramente abrir as portas de sua casa. Com isto aumentou sua curiosidade. Um vizinho de frente. Morava sozinho. Não falava com ninguém. Não recebia visitas. Bom dia e boa tarde nem murmúrio apenas.
Já conhecia sua rotina. Saía bem cedo e voltava à tarde com suas sacolas de marca. Trancava-se e abria-se por dentro um silêncio sepulcral.
Às oito horas entrou por seu portão principal. A porta. Sala magnífica. Peças antigas por todas as partes. Um colecionador voraz. O quarto foi só um giro. Um enorme cofre de no mínimo trezentos quilogramas. Esfregou, esfregou e pronto: abra cadabra! O cofre se abriu reluzindo uns dez milhões em jóias e ouro.
Fechou-o. Trancou direitinho a porta do quarto. Da sala. Do portão.
Andava noturnamente em busca de velhas casas abandonadas. Abriu-as todas. Conheceu-as por dentro cheirando seus passados.
Fez uma viagem internacional e abriu um velho castelo à beira de uma praia ibérica. Sons templários rangeram com as chaves.
Voltou. Comprava cadeados novos e abria-os. Compravava fechaduras novas e abri-as.
Começou a viajar em busca das portas mais bisonhas possiveis. Um casarão medieval. Tentou, tentou e não conseguiu.
Disfarçadamente começou a conversar com os velhos das praças, sobre chaves, portas e seus mistérios.
Um velho lhe falou que entre eles fazia tempo que não vinha jogar dominó, um ancião, ex-ladrão, que possuia uma chave que abria qualquer tipo de porta.
De tanto insistir deram-lhe o endereço do traquina. Desceu a ladeira rodeada de samambaias. No final apareceu uma casinha de telhas cumbucas. De dentro uma voz sussurrou: "Pode entrar! A porta está aberta!". A figura parecia ter ressurgido de um filme de Fellini. Cabeça branca, encurvada. Semblante de profeta. Fora um exímio ladrão. Roubara o cofre do Banco Central!
Depois de tanta conversa, suas mãos trêmulas apresentaram-lhe a chave que abria qualquer tipo de porta: "Foram vinte anos de prisão! Ela está aí como a única companheira de minha vida. Ela e eu fomos fiéis um ao outro! Já estou velho e não sou mais dado a aventuras. Pode levá-la para você!"
Despediu-se do velho, deixando sobre uma mesa uma soma de dinheiro, que daria para ele atravessar a eternidade. Dinheiro era o que não lhe faltava. Além de ter recebido farta herança, era bom aplicador.
Voltou ao velho casarão medieval e nada. Não conseguiu abrir sua porta. Tentou milhares de vezes.
Regressou ao ancião e contou-lhe o fato e ainda reclamou que a chave era falsa. Não confiava em ladrão.
O velho se dispos a ir até ao casarão. Com muita dificuldade entrou em seu carro.
Chegando até ao casarão, colocou a chave na fechadura, deu algumas voltas e pronto! A porta se abriu!
"Como? Eu tentei isto vários vezes e não consegui!"
O velho olhou-o em seus olhos e disse-lhe: "Escute meu amigo, esta chave é a chave de um ladrão e você não é ladrão!"
Meus leitores, feliz o rosacruz da AMORC que propagou esta parábola. A mesma coisa acontece conosco e com muitas pessoas todas os dias. Não adianta você ter um livro sagrado nas mãos. Não acrescenta nada em sua vida você lê-lo e relê-lo literalmente, se não for correlato com ele! Quantas pessoas tem as mesas cheias de bíblias. Dizem que comem nas casas dos pastores, mas perseguem com maldade aos outros, por inveja, sem um mínimo de piedade. Chegam mesmo a levar seus subordinados à doença, ao afastmento do serviço. À tristeza e ao caos da depressão. Mas a mão do Altíssimo os ampara, ao mesmo tempo em que faz sua justiça sobre o torturador.
Se o seu espírito não estiver atrelado ao espírito da palavra viva, as letras serão mortas. Você não conseguirá abrir a porta!

domingo, 5 de junho de 2011

BEM AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO, PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS (MAT. 5.3)

Em primeiro lugar, antes de explicar com profundidade de pensamento o sentido desta frase, permitam-me relembrar que em lugar algum de seu Evangelho, IOCHUA afirmou ser Deus. ELE sempre se identificou como Filho de Deus. Em todas as suas palavras, ele se dirige ao PAI, não contrariando de forma alguma o primeiro mandamento que o Eterno IEVE/ELOHIM/ADONAI/EL SHADAI nos legou no Torá.
Porém, vem a pergunta fundamental desta frase: como pode um pobre de espírito ser herdeiro do Reino de Deus?
Irmãos e Irmãos, os pobres de espírito a quem o Rabino nos refere, não são os ignorantes, nem os caluniadores, nem os de pouco conhecimento catedrático. Não, de forma nenhuma são estes.
É preciso se libertar das amarras do ego e das ciladas do saber humano, para conseguir adentrar-se na sabedoria profunda cujas raízes se distanciam no tempo.
IOCHUA está referindo-se àquelas pessoas que possuem a sabedoria da simplicidade, da humildade, da tolerância, da espiritualidade; que estão libertadas da riqueza aparente dos desejos, das ambições, do egoismo, das vaidades e das ilusões deste mundo passageiro.
Um ganancioso e cheio das características negativas acima não é um pobre de espírito, no sentido do sermão do monte. Um indivíduo com poucas posses materiais ou de conhecimento, se invejar um rico ou um intelectual, também passa a ser o contrário do que o sermão adverte.
Nem sempre todas as riquezas materiais são frutos do trabalho honesto, assim como as palavras de muitas pessoas são resultados desonestos de sua miséria espiritual. Este tipo de pobreza espiritual não se correlaciona com as palavras acima do Mestre. Por exemplo, a inveja é não querer ver a verdade do outro, ou em outras palavras é ver com maus olhos. Portanto, uma enorme pobreza de espírito, no sentido sintático da palavra, mas não é este sentido verbal que o Rabino se refere em seu Sermão.
Lembre-se: "Bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão ao Pai". São estes os pobres de espírito que Ele afirma em suas palavras sábias. São aqueles que esvaziaram suas mentes e seus corações de todas as maldades deste mundo terreno, independentes de serem ricos honestos ou pobres trabalhadores. Ficaram aparentemente pobres, mas espiritualmente ricos!

domingo, 17 de abril de 2011

O FILHO PRÓDIGO/BÍBLIA/RAÍZES JUDAICAS

A parábola do filho pródigo não se desgasta com as inúmeras interpretações que recebeu. Muitas sãos repetições, não trazem nada de novo. É mister revelar que faz parte da cultura judaica, esta riqueza de estórias mitológicas que transcedem o conhecimento usual, pois elas conduzem o indivíduo a uma reflexão muito profunda da vida.
No caso em que o filho sai da casa do pai e leva a sua herança, não seria mais possível ele regressar como herdeiro. Este filho sai e gasta desordenadamente tudo que levou. Mas no mundo lá fora não encontraria patrão melhor que seu pai. Então ele é filho de um bom pai. Melhor seria invertermos a parábola. Chamá-la de parábola do Bom Pai. Este pai totalmente harmônico e equilibrado, reconheceu naquele filho uma grandeza. Pois, embora ele tenha perdido tudo, ele trazia a experiência de quem conheceu o mundo e percebeu no mundo as suas tragédias. Melhor seria voltar para a casa do bom pai. Se de um lado ele foi perdulário e ficou pobre materialmente, de outro lado ele se tornou rico espiritualmente, pois encontrou o lugar onde estava a verdadeira felicidade.
Uma outra questão interessante. O pai sabia que neste momento nasceria como um verdadeiro pai. Pois o pai se torna pai no momento que de braços abertos recebe seu filho que nasce. O momento do nascimento pode ser qualquer momento, em qualquer idade. O pai compreendeu que um indivíduo necessita da presença do pai. Sem esta presença não se fecha a primeira figura geométrica que é o triângulo. Filho e mãe, sem um pai representativo, mesmo que seja um avô, um tio, etc. costuma não dar certo. Filho e mãe é uma linha reta sem fim. Uma linha que já está reta não apresenta obstáculos de aprendizagem. Nós aprendemos mais, nas curvas, nas entrelinhas, nas vias colateriais, nas saídas dos caminhos.
O pai é o terceiro ponto triangular. O pai oferece a oportunidade da curva. De arriscar outra linha. A nossa relação com o nosso pai é de suma importância para o nosso equilíbrio psicoemocional. É o pai que nos dá o primeiro pontapé, no bom sentido da palavra, para nos mostrar que é necessário conhecer o mundo, experimentar a vida. A mãe, não, não serve para este momento, embora sirva para todos os momentos, seu papel anterior é só possível com ela. Mas a mãe harmoniza com um beijo na hora da partida. Nesta parábola não aparece a mãe. A mãe está representada no fausto banquete que o pai oferece ao filho. Ali estão os seios da mãe, a primeira sopinha e os primeiros alimentos sólidos, que o filho ao mastigar, começa a compreender sua individualidade e sua necessária separação da mãe. O pai se representa como autoridade paternal, no respeito da presença maternal, através da suntuosidade do banquete, vindo pela sensibilidade do feminino. Quando o pai aparece como pai, ele fecha o vértice do triângulo, pois reforça o vínculo familiar e permite uma vereda de volta angular à casa paterna.
O outro irmão apresenta-se na parábola como alguém que não cometeu erro, não abandonou o pai, etc. Inclusive ele fica ressentido por não ter recebido uma festa igual à preparada para o irmão. Não é bem assim, que devemos analisá-lo. A sua ausência de compreensão seria preenchida após, com o contato que teria na convivência com este irmão. A riqueza que a parábola trata, também não é riqueza material. É usada desta forma, para que haja inteligência e esforço de percepção. Trata-se da riqueza espiritual. Esta herança todos nós recebemos em nossos lares. Se nos perdermos no mundano, no corriqueiro, no singular, com certeza nos empobreceremos. A única forma de reabastecermos nossas energias é voltarmos à fonte primordial divina, para reencontrarmos a sabedoria da espiritualidade. Sem este conhecimento profundo do espiritual, nós adoecemos, nos tornamos masoquistas, paranóicos, esquizofrênicos, sádicos e afastamos demais do aprendizado contido no seio familiar e triangular, da mãe, do pai e do desenvolvimento do filho.
Nesta parábola/mito está presente o verdadeiro papel da mãe, do pai e do filho. A família, base da sociedade, é o sustentáculo do indivíduo sadio. Família, nem sempre é necessário, mãe/pai/filho no sentido tradicional. Mas não pode conter o vazio de mãe, ou de pai ou de filho. Seja mãe/avô/tio/parente/filho/tia/avó, etc. mas que não deixe de traçar a geometria triangular, que traz o equilíbrio das inter/relações. Esta volta é sempre representativa quando ficamos mais velhos, mais maduros, e se tivermos uma boa relação com nossos pai, com certeza, teremos uma sólida parceria na solução de nossos problemas cotidianos.

terça-feira, 22 de março de 2011

A Bíblia tem uma verdade escondida, inclusive científica

As diversas traduções que a Bíblia sofreu, inclusive uma das últimas feita pelo Rei Jaime, em 1611, e suas sequentes, agradam facilmente a uma criança de sete anos, até mesmo como uma estória para ser contada antes de dormir, porém a uma mente pesquisadora deixa tudo a desejar, principalmente se esta pessoa crê que por trás daquelas palavras simples existem verdades veladas.
Gênesis vem do grego GIGMESTHAI, significando começo, início, criação. Mas em Hebraico, BERESEHIT tem um significado muito mais profundo do que este que os gregos e seus filhotes latinos deram e produziram nas Bíblias.
O Torah tem um valor secreto que somente os iniciados sabem e podem revelar a alguns eleitos. Vamos ver o que é BERESHIT. BE ou BETH significa "em". RESHIT quer dizer "início". Mas a raíz hebraica RES tem a ver com "cabeça", no sentido de mente. Então, o Gênesis começa dizendo que o Eterno possuia em sua mente toda a obra da criação. Esta simples palavra já carrega a carga de tudo o que foi feito e produzido a partir da gestação mental, da concepção iluminada da mente do Eterno. Shalom!

segunda-feira, 7 de março de 2011

CARIDADE: QUAL O SEU VERDADEIRO SENTIDO?

Conta-se que havia um velho sábio no Líbano e aproximando-se a data de seu aniversário, pediu a cada filho os presentes que gostaria de receber. Ao mais velho, Ali, pediu sapatos, ao do meio, Mahomed, meias; ao mais novo, Kalil, camisas.
Chegado o dia da comemoração, cada filho veio entregar ao pai Hamoud seus presentes. Ali trouxe três lindos pares de sapatos. Mahomed uma dúzia de meias e Kalil duas belas camisas de seda.
O antigo Hamoud perguntou a cada um deles: "Quantos sapatos, meias e camisas, realmente vocês poderiam me dar?
Ali disse que daria para encher a casa de sapatos. Mahomed falou que lotaria um galpão de meias e Kalil duas casas de camisas.
Então, o sábio pai Hamoud respondeu: "Agradeço de todo o coração o que me deram. De qualquer forma simboliza o amor que possuem para comigo. Porém, se formos analisar o que é dar realmente alguma coisa a alguém, vocês não me deram nada. A gente só dá alguma coisa a alguém, quando a gente tira uma boa parte do que tem. A chamada caridade que vocês vêem fazer aí fora, não passa de uma heresia. Cada um dá uma peça de roupa ou de qualquer outro utensílio e acreditam estar fazendo a caridade. Alguns aproveitam para descartar as coisas velhas que tem, em nome da caridade. Ainda há aqueles que saem pedindo roupas a todo mundo, juntam aquilo tudo e distribuem com os pobres, pensando estar fazendo a caridade. É a chamada esmola de porta de mesquita ou igreja. Como todo mundo apanha o máximo que pode para si mesmo, explorando a comunidade, com certeza faltará o essencial para muitos. Como disfarce do egoismo, fazem as campanhas de doação. Quem tiver apenas dois pães e der um ao seu vizinho, este realmente estará fazendo caridade!"

sábado, 12 de fevereiro de 2011

SOMOS TODOS IGUAIS

Todo caminho tem um fim. Aquele que persevera no caminho chega ao seu final. Aqueles que conheceram todo a sua extensão, no final do caminho, quando se olham, percebem que são iguais uns aos outros. Somos todos iguais.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O ÚLTIMO A ENTRAR NO CÉU

Perguntaram a Al Ammar, quem seria o último a entrar no reino dos céus. Ele respondeu que será a cor azul. Ora, se o céu reflete a cor azul é porque ele absorve as outras cores todas. E seu desejo é que todas as almas ganhem o céu. Então, a cor azul será a última a entrar. Neste dia o céu estará pintado de branco.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

RABINO YOUSSEF E SUA SABEDORIA DE JULGAMENTO

Em um empresa, um cidadão ocupava o elevado cargo de Diretor de Compras. Com o tempo, os acionistas perceberam que este executivo comprava muito material inservível para a indústria, que depois jogava num lixão e dividia o valor com o fornecedor.
Os acionistas decidiram fazer uma reunião com este diretor de compras, já levando em pautas todas as denúncias comprovadas. Na realidade seria uma demissão imediata. Mas vamos ver o que aconteceu.
Convocaram todos os acionistas e o diretor de compras para uma reunião a portas fechadas.
Apresentaram toda a documentação e o homem quase deu um enfarte. Não tinha como explicar nada. Além da papelada, havia fotos e gravações. Ele estava sem saída.
Todos os acionistas pediram a cabeça do Diretor. Chegou a vez do Rabino Youssef dar sua declaração, uma vez que era também acionista da indústria:
"Se vocês demitirem este pobre coitado, vocês estarão punindo a família dele e não ele. Ele tem uma filha cadeirante que necessita demais de cuidados. Seu filho mais novo ainda estuda. Sua mulher fez ponte de safena no mes passado. O que podemos fazer, é dentro do possivel ele vender uns lotes que comprou com este dinheiro roubado e nos devolver o dinheiro. Em seguida, demití-lo do cargo de Diretor de Compras e colocá-lo trabalhando como um simples funcionário. Desta forma ele poderá manter as necessidades de sua família. Esta é a justa decisão, no caso de querermos puní-lo. De outra forma, puniremos sua família!"
Os acionistas concordaram plenamente com o Rabino Youssef. Este acontecimento mostra claramente, a sabedoria divina de quem segue os ensinamentos do Torá e da Kaballah e que mamtem-se firme no amor ao Eterno.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

INVEJA

Al Ammar proferia suas palestras numa dependência da Mesquita, pontualmente, após a quinta oração diária. Eram várias as perguntas dirigidas ao sábio. Estava presente naquele dia e relato aqui uma delas:
"Mestre, eu sou apenas um filósofo, não sou rico, mas sou vítima de tantas críticas injustas e isto me deixa muito tristonho!"
"Filho meu, em suas palavras você já me disse tudo! Filósofo? Amigo do saber, da visão mais profunda e crítica de todas as coisas! Portanto, um homem que sabe manipular o conhecimento e a sabedoria. Com certeza, será pra sempre perseguido e criticado. A inveja é um dos piores defeitos da alma humana. O invejoso pode comprar quase todas as coisas materiais que os outros possuem. Se não puder comprar imediatamente, ele não perde a esperança de ganhar em um jogo ou futuramente adquirí-las. Mas só tem uma coisa que o invejoso por mais rico que seja não pode comprar. É a mente de um filósofo. Então, seu único caminho é reduzí-lo através de críticas injustas e imerecidas. Você não é capaz de intuir, meu filho, a quantidade de críticas que sofri em minha vida. Até mesmo de minha própria parentela. Mas enquanto os ratos aninham suas migalhas, as águias sobrevoam os campos, dos píncaros das montanhas!"

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

MENSAGEM DE SABEDORIA

O Califa ofereceu o salão principal de seu palacete para Al Ammar proferir sua mensagem anual. O povo se aglomeu como pode, em um silêncio penumbral. Os lampiões crepitavam em danças magnéticas suas chamas por cada coluna. Vestes de cafias bem passadinhas presas ao corpo por egal's amarradas em torno da cintura, combinavam com hijab's femininas escondendo seus segredos curvelíneos. Alguns beduinos estavam com abaias e turbantes multicoloridos. O sábio percorre seu olhar naquele ambiente tão belo e cheio de mística oriental: "Ahlan ua sahlan (seja bem vindo) meu povo de meu albi(coração), meu habibi(amor) mais halewa (doce), hayati (minha vida)! Assim como amar(a lua) ou shams(o sol) são raqsa (bailarinas) no céu, assim minhas palavras permanecerão entre vós!
Não digas aonde vais, não fales de teus projetos a ninguém, nem nada de ti a ninguém, não gastes hoje tudo o que tens hoje, não digas tudo o que sabes, não te preocupes demais com tua aparência --- Assim diz o ulemá!
Quem fala a todo mundo onde vai, encontra surpresa na curva da estrada e perde o seu alforje,
a quem fala de seus sonhos só restam fantasmas,
quem muito fala de si mesmo, apaga a luz do seu tabernáculo interno,
quem gasta tudo o que tem, morre na penúria,
quem diz tudo o que sabe, vive vazio como um tolo,
preocupar-se demais com as aparências é esquecer-se do
poder do silêncio e da oração no íntimo da alma ---
assim diz o ulemá! A salamo a leicom! (que a paz esteja convosco!)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

COMPREENDENDO O UNIVERSO

As pessoas iam chegando e Al Ammar ia recebendo cada uma, com um sorriso angelical nos lábios. Abria os braços e tocava com os dedos da mão direita na sua fronte, encurvando-se um pouco, numa pequena reverência a cada pessoa que se aproximava.
O jovem chegava a estar ofegante, porque seu pai já havia sido instruido pelo sábio e por todas as pérolas do Oriente, nunca havia visto homem mais sensato que este ulemá.
"Meu respeitado senhor, o meu maior desejo é compreender o universo!" Al Ammar ainda brincou com ele: "Realmente, não pode haver desejo maior que o universo! Mas não é tão complicado assim compreendê-lo. Depende da posição em que se coloca dentro dele. Imagine que você se torne bem pequeno, pequeno, e vá diminuindo, diminuindo ao mínimo infinito, ao ponto de habitar um pequenino grão de areia destes daqui, como se fosse seu mundo. O espaço entre os grãos seria tão imenso como o que existe entre você, as estrelas e entre todas as estrelas do céu. Já diziam os antigos: o que há embaixo é o que há em cima!"

CURANDO UMA ANGÚSTIA

O sábio ficou ali, sentado à sombra do muro, esperando o almuaden para lhe dar umas instruções. Mas era sempre assim. O povoado ficava logo sabendo de sua passagem e se aproximavam pessoas para receber seus conselhos ou ensinamentos.
Um senhor chegou bem triste. Tamanha sua tristeza que os sulcos de sua fronte anunciavam sua profundidade e a cabeça pendia para baixo, num sinal de depressão, com o turbante quase a cair.
"Querido mestre, o senhor sempre nos falou que agindo bem no presente, teremos um futuro melhor, porque um é o fruto do outro. Só que eu tenho uma angústia sem cura de um problema que tive no passado e não há como remendar o que passou. Isto dói profundamente dentro de mim!"
"Prezado filho, o simples fato de você relatar o passado com toda esta tristeza pelo acontecimento sofrido, significa que houve uma enorme mudança dentro de você. Portanto, não há como comparar o que você é agora, com o que foi no passado. Se você tivesse a consciência que tem hoje, no passado não faria o que fez. Esta é a entrada da porta do céu. Você não pode mudar o passado, é claro. Mas você pode vê-lo com mais compreensão, com um olhar de maior entendimento. Esta é a forma mais inteligente de curar um sofrimento do passado."

CONSTRUINDO A VIDA

À porta da mesquita o sol resplandecia como ouro. Al Ammar, calado fitava o azul do céu. Fátima chegou apressada, tropeçando na areia. "Parece tão cansada minha filha?" "Ah! Meu dígno Mestre, ando muito confusa e fraca. Tenho recebido tantas críticas ultimamente, que quase perco a força de viver"
"Minha filha, as críticas que lhe atiram, transforme-as em pedras e com elas construa seu castelo sobre rochas bem firmes! Os fracos só tem forças para levantar falsos argumentos sobre os outros. Os fortes constroem com seus argumentos sólidos seus templos e suas fortalezas. Quiçá um dia eles sirvam de abrigo aos trôpegos! Nunca olvides disto! Maktub!"