O Califa ofereceu o salão principal de seu palacete para Al Ammar proferir sua mensagem anual. O povo se aglomeu como pode, em um silêncio penumbral. Os lampiões crepitavam em danças magnéticas suas chamas por cada coluna. Vestes de cafias bem passadinhas presas ao corpo por egal's amarradas em torno da cintura, combinavam com hijab's femininas escondendo seus segredos curvelíneos. Alguns beduinos estavam com abaias e turbantes multicoloridos. O sábio percorre seu olhar naquele ambiente tão belo e cheio de mística oriental: "Ahlan ua sahlan (seja bem vindo) meu povo de meu albi(coração), meu habibi(amor) mais halewa (doce), hayati (minha vida)! Assim como amar(a lua) ou shams(o sol) são raqsa (bailarinas) no céu, assim minhas palavras permanecerão entre vós!
Não digas aonde vais, não fales de teus projetos a ninguém, nem nada de ti a ninguém, não gastes hoje tudo o que tens hoje, não digas tudo o que sabes, não te preocupes demais com tua aparência --- Assim diz o ulemá!
Quem fala a todo mundo onde vai, encontra surpresa na curva da estrada e perde o seu alforje,
a quem fala de seus sonhos só restam fantasmas,
quem muito fala de si mesmo, apaga a luz do seu tabernáculo interno,
quem gasta tudo o que tem, morre na penúria,
quem diz tudo o que sabe, vive vazio como um tolo,
preocupar-se demais com as aparências é esquecer-se do
poder do silêncio e da oração no íntimo da alma ---
assim diz o ulemá! A salamo a leicom! (que a paz esteja convosco!)
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